quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Parlamentarismo

1853 – PARLAMENTARISMO IMPERIAL


Em 20 de julho de 1847, o imperador D. Pedro II criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros. O texto do decreto 523, que legitima essa sua determinação, especifica que “Tomando em consideração a conveniência de dar ao Ministério uma organização mais adaptada às condições do sistema representativo; hei por bem criar um Presidente do Conselho dos Ministros; cumprindo ao dito Conselho organizar o seu regulamento, que será submetido à minha imperial aprovação. Francisco de Paula Sousa e Melo, do meu Conselho de Estado, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império, o tenha assim entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1847, 26º da Independência e do Império. Com a rubrica de Sua Majestade o Imperador. Assinado: Francisco de Paula Sousa e Melo”.

Cabia ao Imperador a nomeação do ocupante desse novo cargo, sobre quem, por sua vez, pesava a responsabilidade da indicação dos demais membros do Gabinete, ou seja, os ministros titulares das diferentes pastas de governo. Foi dessa forma que se implantou o parlamentarismo imperial brasileiro, considerado por muitos como peculiar, extravagante, único em seu gênero, talvez pelo fato de que embora o presidente do conselho organizasse o gabinete, não era ele chefe do Governo, enquanto o Imperador, dono do poder, aparentemente não era outra coisa senão um ministro especial. Apesar disso, a vida política nacional continuou agitada em virtude das rivalidades que separavam liberais e conservadores, e que provocavam uma sucessão ininterrupta de ministérios.

O primeiro deles foi o do liberal Manuel Alves Branco (22 de agosto de 1847), substituído pelo do também liberal Visconde de Macaé (8 de março de 1848), que cedeu o posto a Francisco de Paula Sousa e Melo (31 de maio de 1848), seu companheiro de partido, vindo depois dele o primeiro conservador, o visconde, depois marquês de Olinda (29 de setembro de 1848), em seguida outro conservador, marquês de Monte Alegre (8 de outubro de 1849), e assim sucessivamente, ate 7 de junho de 1889, quando o visconde de Ouro Preto, liberal, encerrou a longa lista de 36 gabinetes, ou ministérios, em virtude da proclamação da República.

Não obstantes as diferenças que os separavam, provocando tantas mudanças de gabinete, liberais e conservadores partilhavam as mesmas idéias escravistas, e foi graças a essas identidades de princípios que os partidários das duas agremiações chegaram ao acordo que lhes permitiria governar lado a lado, inaugurando, dessa forma, a era da harmonia, do acordo, da concordância. Ministério da Conciliação foi, portanto, o nome dado ao gabinete misto composto por elementos conservadores e liberais, que durante o reinado de D. Pedro II se manteve no poder de 6 de setembro de 1853 a 4 de maio de 1857. Ele foi resultado de um trabalho conciliatório desenvolvido por Honório Hermeto Carneiro Leão, marquês de Paraná (ilustração acima), o qual o presidiu até 1856, quando faleceu, sendo substituído por Luiz Alves de Lima e Silva, barão e mais tarde duque de Caxias. O ministério era composto pelos seguintes titulares:

Império – Luiz Pedreira do Couto Ferraz, visconde de Bom Retiro;
Justiça – José Tomás Nabuco de Araújo;
Exterior – Antônio Paulino Limpo de Abreu, visconde de Abaeté, e depois José Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco;
Fazenda – Honório Hermeto Carneiro Leão, marquês de Paraná; depois, o visconde de Abaeté, e finalmente, João Maurício Vanderlei, barão de Cotegipe;
Guerra – Pedro de Alcântara Bellegarde, e depois Luiz Alves de Lima e Silva, barão e posteriormente duque de Caxias;
Marinha – Bellegarde, depois o visconde de Rio Branco, barão de Cotegipe, e de novo Rio Branco.

Esse ministério, um dos mais estáveis da História do Brasil, deu grande incremento ao progresso nacional com o amparo à agricultura, advento da viação férrea, abertura de estradas, reforma de instrução primária, secundária e superior; abastecimento de água e calçamento dos arredores do Rio de Janeiro; criação do Instituto dos Cegos, melhoramentos no dos Surdos e Mudos e conclusão do Museu Nacional. Na vigência do Ministério da Conciliação, o Brasil foi flagelado pela epidemia da cólera.

Foi a mais longa experiência parlamentarista brasileira, durando 42 anos, 3 meses e 25 dias exatos. A outra, que só voltaria a ocorrer na década de 1960, já na República, foi muito efêmera, durando de 8 de setembro de 1961 a 24 de janeiro de 1963, ou seja, um ano, quatro meses e dezesseis dias, quando João Goulart ocupava a presidência da República. Esses dois períodos foram os únicos em que o sistema parlamentarista vigorou no Brasil.

FERNANDO KITZINGER DANNEMANN
Publicado no Recanto das Letras em 09/10/2007Código do texto: T687652

18 comentários:

Anônimo disse...

MaTEuS... 7ªserie:nº:21

parlamentarismo é o modo muito concreto é bastante aplicado
e eu acho que esse governo
e muito eficiente

Anônimo disse...

Pelo o que eu entendi foi que no Parlamentarismo,acontecia a escolha do Chefe de Governo que ocorria entre os blocos políticos-partidários de maior presença no Parlamento.

Caroine Furtado
n° 4
Beijos !

Anônimo disse...

Aprendi que:
Em 20 de julho de 1847, o imperador D. Pedro II criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros. O texto do decreto 523, que legitima essa sua determinação, especifica que “Tomando em consideração a conveniência de dar ao Ministério uma organização mais adaptada às condições do sistema representativo; hei por bem criar um Presidente do Conselho dos Ministros

Cabia ao Imperador a nomeação do ocupante desse novo cargo, sobre quem, por sua vez, pesava a responsabilidade da indicação dos demais membros do Gabinete, ou seja, os ministros titulares das diferentes pastas de governo

Foi dessa forma que se implantou o parlamentarismo imperial brasileiro, considerado por muitos como peculiar, extravagante, único em seu gênero, talvez pelo fato de que embora o presidente do conselho organizasse o gabinete, não era ele chefe do Governo, enquanto o Imperador, dono do poder, aparentemente não era outra coisa senão um ministro especial

Império – Luiz Pedreira do Couto Ferraz, visconde de Bom Retiro;
Justiça – José Tomás Nabuco de Araújo;
Exterior – Antônio Paulino Limpo de Abreu, visconde de Abaeté, e depois José Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco;
Fazenda – Honório Hermeto Carneiro Leão, marquês de Paraná; depois, o visconde de Abaeté, e finalmente, João Maurício Vanderlei, barão de Cotegipe;
Guerra – Pedro de Alcântara Bellegarde, e depois Luiz Alves de Lima e Silva, barão e posteriormente duque de Caxias;
Marinha – Bellegarde, depois o visconde de Rio Branco, barão de Cotegipe, e de novo Rio Branco

Foi a mais longa experiência parlamentarista brasileira, durando 42 anos, 3 meses e 25 dias exatos. A outra, que só voltaria a ocorrer na década de 1960, já na República, foi muito efêmera, durando de 8 de setembro de 1961 a 24 de janeiro de 1963, ou seja, um ano, quatro meses e dezesseis dias, quando João Goulart ocupava a presidência da República. Esses dois períodos foram os únicos em que o sistema parlamentarista vigorou no Brasil.


Nome: Steve, Nathan, Faisson
Turma:8ano/7ª
Nº da matricula:Steve-10 Nathan-24 Faisson-08

Anônimo disse...

professor, gostei muito do texto e o que achei interessante foi quando o texto falou que quando provocaram as mudanças de gabinete, liberais e conservadores partilhavam as mesmas idéias escravistas, que e foi graças a essas identidades de princípios que os partidários das duas agremiações chegaram ao acordo que lhes permitiria governar lado a lado, inaugurando, dessa forma, a era da harmonia, do acordo, da concordância.

Anônimo disse...

o parlamentarismo imperial brasileiro, considerado por muitos,único,talvez pelo fato de que embora o presidente do conselho organizasse o gabinete, não era ele chefe do Governo, enquanto o Imperador, dono do poder, aparentemente não era outra coisa senão um ministro especial.

comentário feito por emmanuel série7ª nº:5

Anônimo disse...

Eu aprendi sobre o Parlamentarismo foi que no dia 20 de julho do ano de 1847 o imperador D.Pedro 2º criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros.
Quem escolhia a pessoa que ia tomar esse cargo era o próprio imperador, a responsabilidade de escolher os membros do gabinete era o próprio chefe do gabinete.

Ingrid
Número da chamada:12
Turma:G7M11

Anônimo disse...

Pelo meu ponto de vista, o parlamentarismo é um sistema de governo no qual o poder Executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamento para ser constituído e para governar. Este apoio costuma ser expresso por meio de um voto de confiança. Não há, neste sistema de governo, uma separação entre os poderes Executivo e Legislativo, ao contrário do que ocorre no presidencialismo.

Anna Marmentini
N°: 2
Beijos ;D !

Anônimo disse...

Parlamentarismo é um tipo de governo muito eficiente para os erdeiros do trono poderem governar antes dos 18anos e poderem expresar suas ações no poder, ajudar a desenvolver sua cidade ou ate mesmo o seu Pais

Nome:Steve
Turma:8ano/7ª
Nº da metricula: 10

Anônimo disse...

Eu aprendi que, no Brasil, a prática parlamentarista chegou a ser estabelecida em dois período históricos distintos: no período imperial e no período republicano.

Sara Mariana
N°: 28
Beijos !

Anônimo disse...

O Texto é bastante interessante!
Pelo Texto eu entendi que o parlamentarismo no Brasil durou 42 anos, 3 meses e 25 dias exatos,eu não sabia por isso que é bastante legal ,seria bastante legal se você coloca-se textos sobre Portugal!
o Texto retrata como foi dificil o Brasil se tornar uma replubica

Anônimo disse...

NATHÁLIA-23-7 série
Eu gostei da parte em que o imperador fazia a nomeação do ocupante do novo cargo.E que passava a responsabilidade do ministro.

Anônimo disse...

fico impressionado com o fato de que nessa época,o Rei era somente uma figura,enquanto o Imperador quem reinava verdadeiramente!!
fico impressionado também com o reinado brasileiro citado!
Filipe Matheus-nº9

Anônimo disse...

O cargo de ministro foi criado pelo imperador. Este tinha o direito de expulsar os ministros quando quisesse.
Havia algumas rivalidades entre liberais e conservadores. Os primeiros a exercerem o cargo foram os liberais e, posteriormente os conservadores. Mas eles tinham as mesmas idéias de governo, foi então que resolveram governar lado a lado.

Ingrid de Andrade
G7M11
N° 11

Anônimo disse...

O sistema parlamentarista implantado no Brasil, durante o Governo pessoal de D. Pedro II, inspirou-se no modelo de governo inglês. No entanto, o modelo brasileiro era a inversão do inglês, ficando por isso conhecido como Parlamentarismo às avessas, porque o Poder Legislativo, não nomeava o Executivo, mas, sim, subordinava-se a ele. Na Inglaterra realizavam-se primeiramente as eleições para a Câmara. O partido que possuísse maioria escolhia o Primeiro-Ministro, que formava o gabinete de ministros, passando a exercer o Poder Executivo.E no Brasil, o poder moderador era decidio pelo herdeiro D.Pedro II que escolhia o presidente do conselho de ministros. Assim no parlamentarismo brasileiro o poder executivo permaneceu nas mãos do imperador.


Samaraa.
Nº: 27
Turma: G7M11

Beeeeijo =)

Anônimo disse...

Bom entendi que D.Pedro criou um cargo de presidente do conselho que vale a mesma coisa de primeiro ministro que era escolhido por D.Pedro existia o partido liberal e conservador.
Mariana Barroso(19)

Anônimo disse...

Eae professor beleza ?!?
Aí gostei muito do texto, e além de gostar também aprendi que o parlamentarismo é um sistema governo no qual o poder executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamentar dentre outras coisas !!!

Nathan Douglas(24) 7ª série

Anônimo disse...

O parlamentarismo foi uma forma que D.Pedro II encontrou para que houvesse uma organização entre o Conselho dos Ministros(onde iria se determinar um presidente à esse Conselho). Assim, baseado no modelo inglês, criou o brasileiro, no qual o primeiro ministro era apenas um "personagem", pois quem realmente o escolhia e detinha seu poder era o própio imperador(D.PedroII), ela apenas organizava o Conselho - primeiro ministro.
Havia dois tipos de grupos parlamentaristas: os conservadores e os liberais, onde o imperador encarregaria o cargo de primeiro ministro.Ele alternava entre os dois grupos para evitar conflitos(apesar de ter chegado a um ponto onde ambos se uniram devido a algumas ideologias comuns).
Foi um parlamentarismo bastante estável na história que proporcionou grandes desenvolvimentos ao nosso país.
Juliane Alves Andrade,n° 16.

Anônimo disse...

Professor,
Neste texto aprendi que Dom PedroII foi quem criou o cargo de presidente do Conselho dos Ministros
Neste o presidente do Conselho organizava o gabinete porem ele não era chefe do governo enquanto o imperador era dono do poder e aparentemente um ministro especial
Opartido liberal e o conservador tinham varias diferenças porem eles partilhavam as mesma ideias escrativistas e foi graças a elas que os 2 partidos entraram em acordo fazendo o ´ministerio da conciliação´ que foi um dos mais estáveis da historia do Brasil dando um grande incremento ao progresso nacional
Mariana ferreira nº20 7ªsérie
:*